A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou hoje, 6 de novembro, a aprovação de duas novas indicações do medicamento trastuzumabe deruxtecana para pacientes adultos com adenocarcinoma gástrico ou da junção gastroesofágica (JGE) localmente avançado ou metastático HER2-positivo, que receberam um regime prévio à base de trastuzumabe, e com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) irressecável ou metastático, cujos tumores tenham mutações HER2 (ERBB2) ativas e que tenham recebido uma terapia sistêmica prévia. As aprovações foram baseadas nos estudos DESTINY-Gastric022 e DESTINY-Gastric013, sobre câncer gástrico; e no estudo DESTINY-LUNG024,5 sobre câncer de pulmão.
O trastuzumabe deruxtecana foi aprovado no Brasil em outubro de 2021, inicialmente, para o tratamento de câncer de mama metastático HER2-positivo em 3ª linha, e, posteriormente, para 2ª linha6, 7, além de ser indicado para HER2-low8. A notícia é representativa para os pacientes brasileiros, em especial os com câncer de pulmão com mutação em HER2 e com câncer gástrico com superexpressão de HER2, que terão acesso a um tratamento da categoria “conjugado anticorpo-medicamento” (também chamados de ADCs, do inglês antibody-drug conjugate).
“Estamos muito orgulhosos em ser uma das companhias responsáveis por liderar uma revolução na oncologia ao disponibilizarmos tratamentos inovadores que trazem novas perspectivas para os pacientes. Afinal, o câncer deve ser tratado de forma individual e, justamente por esse motivo, a Daiichi Sankyo está buscando avançar cada vez mais em pesquisa, desenvolvimento e inovação, para preencher as necessidades não atendidas em saúde”, afirma Gabriela Pior, diretora médica da Daiichi Sankyo Brasil.
Os ADCs contam com uma tecnologia que os direcionam, preferencialmente, às células tumorais, minimizando impactos nas células saudáveis, utilizando um biomarcador como “alvo”. Ou seja, o anticorpo é direcionado à proteína HER2 e ligado a um quimioterápico que é carregado diretamente às células tumorais HER2 positivas ou mutadas. A estratégia se assemelha à tática de guerra “Cavalo de Troia”, pois, o quimioterápico é liberado na célula tumoral apenas após conectar-se a ela. Com isso, os ADCs podem aumentar a eficácia de quimioterápicos e minimizar os efeitos adversos sistêmicos quando comparados à quimioterapia convencional1.
“A aprovação dessas novas indicações representa mais um marco na oncologia, trazendo novas possibilidades de tratamento aos pacientes câncer de pulmão não pequenas células e com câncer gástrico metastático HER2 positivo. Estamos felizes por fazer parte desta revolução, que oferece resultados positivos aos pacientes”, ressalta Karina Fontão, diretora médica executiva da AstraZeneca no Brasil.
Com as novas indicações, as empresas pretendem impactar milhares de pacientes nos próximos anos. O câncer gástrico é o quinto mais comum em todo o mundo9 e no Brasil (sem considerar o câncer de pele não melanoma)10, sendo a quarta maior causa de mortalidade por câncer globalmente, com uma taxa de sobrevida global de cinco anos de 5% a 10% para doença avançada ou metastática11. No Brasil, a previsão é de 21.480 novos casos de câncer gástrico para cada ano até 202510. Já para o câncer de pulmão, a expectativa é de cerca de 32 mil casos novos por ano até 202510, sendo o quarto mais incidente no país (sem considerar o câncer de pele não melanoma), e o do tipo “câncer de pulmão de células não pequenas” representado de 80 a 85% dos casos12.